Seca: pecuária do Alto Alentejo vive situação «grave»
A presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), Fermelinda Carvalho, afirma que a falta de chuva está a causar uma situação «grave e preocupante» para o setor, sobretudo na pecuária.
As reservas de água estão muito em baixo. A maior parte dos agricultores tem os furos já sem água e as charcas (albufeiras) muito vazias, o que traz limitações», relata a dirigente associativa.
Fermelinda Carvalho sublinhou que, nesta altura, a «preocupação é grande», uma vez que está em causa o abeberamento dos animais, pelo que defendeu a construção, no futuro, de mais albufeiras naquela zona alentejana para precaver este tipo de situações.
«Todos os concelhos do distrito de Portalegre deveriam ter uma boa barragem e não têm, porque esta questão é cíclica», lamentou.
Segundo a dirigente associativa, são necessários «apoios do Estado e da Europa para esse fim».
A presidente da AADP referiu ainda que, caso a chuva não regresse durante o mês de setembro, época em que os agricultores começam a preparar os solos, a situação tornar-se-á «muito mais grave».
A seca severa ou extrema afetava já 79% do território continental no final de julho, segundo o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), que admitiu que a situação se pode intensificar, tendo em conta a época do ano.
O último boletim climatológico do IPMA indicou ainda que os restantes 21% do território nacional estavam em seca fraca a moderada.
Em 31 de julho, segundo o índice meteorológico de seca PDSI, que tem em conta os dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo, a situação de seca mantinha-se em todo o território, verificando-se um ligeiro aumento nas classes de seca severa e extrema face ao mês anterior.
«Tendo em conta a época do ano, é expectável que a situação de seca meteorológica se mantenha ou intensifique», salientou o IPMA.
Fonte: Lusa