A ruminação- esteja atento às alterações no comportamento das vacas

2021-03-27

Por: Tom Lorenzen, Especialista Alltech On-farm*

A ruminação, a capacidade de regurgitar e mastigar repetidamente os alimentos para facilitar a sua digestão, é um dos melhores indicadores do estado de saúde e bem-estar das vacas. Infelizmente, a maioria dos produtores de leite não tem tempo de observar com atenção a ruminação de cada vaca após a alimentação com o Unifeed.

Em média, as vacas passam 6 a 10 horas por dia a ruminar. Cada vaca tem hábitos próprios e uma alteração nos padrões habituais de comportamento é quase sempre um sinal de alerta.

Muitos produtores de leite já sabem da importância de monitorizar a ruminação e fazem-no através de terminais autónomos equipados com radiotransmissores para aferir aspetos relacionados com a saúde, o bem-estar e a reprodução de cada vaca e do rebanho no seu conjunto.

Colocado na parte superior do pescoço da vaca, este sistema regista tanto o movimento multidirecional para monitorizar a atividade, como os sons da ruminação para determinar a saúde do rúmen. É registado qualquer aumento ou diminuição da ruminação, o que em ambos casos dá uma indicação bastante precisa do início do estro.

O registo da ruminação

O produtor de leite deve saber que a ruminação pode ser afetada por pequenos erros no maneio dos animais. Quando se sentem inquietas ou stressadas, as vacas deixam de ruminar.   

Alta densidade de animais (em zonas de estabulação livre, zonas de vacas secas ou zonas de partos) e horários irregulares de alimentação podem afetar a ruminação, além de:

  • Reduzir a salivação, com o consequente aumento da necessidade de administrar 
    suplementos de bicarbonato de sódio.
  • Reduzir as horas de descanso no solo, o que aumenta o esforço suportado pelos cascos, reduz a irrigação sanguínea do útero e diminui a produção de leite.
  •  Aumentar a contagem de células somáticas.
  • Aumentar significativamente os casos de mastite clínica.
  • Agravar a ansiedade ao comer, o que pode levar à redução da percentagem de gordura corporal e da percentagem de proteína assimilada.

A diminuição da ruminação é um sinal inequívoco de que a vaca está desconfortável e pode estar doente. A diminuição do tempo de ruminação está diretamente ligada à redução da produção de leite.

A vaca recupera a ruminação normal 6 a 7 dias após o parto. Se ruminar um pouco menos durante a primeira semana é provável que acabe por manifestar algum transtorno pós-parto alguns dias depois.

Monitorizar a ruminação da vaca imediatamente após o parto permite detetar e tratar precocemente os problemas de saúde, o que pode contribuir para reduzir o período de recuperação e traduzir-se em menos oscilações na produção de leite durante toda a lactação.

Alguns aspetos de maneio a ter em conta para criar condições favoráveis à ruminação:

 Após períodos de elevada ingestão de alimentos, dê mais tempo para que as vacas possam ruminar.

  • Não limite a matéria seca, pois reduziria a ruminação.
  • Deixe as vacas permanecerem deitadas o tempo necessário, pois a ruminação ocorre quando descansam.
  • Dê espaço às vacas para que se deitem na posição mais confortável, em geral inclinadas para a esquerda.
  • Garanta que o rebanho tem tempo suficiente para dormir, pois é um momento crítico para a função metabólica e imunitária.
     

O “menu” ideal para a ruminação

Um rúmen saudável é vantajoso para a saúde das vacas (e para o bolso do produtor), por

isso, é fundamental alimentar a flora ruminal para fomentar a saúde do rúmen. Os produtores devem incorporar alimentos ricos em fibra, como pasto ou feno, na ração das vacas, pois estes ingredientes são necessários para estimular a mistura no rúmen, a ruminação e a produção de  saliva para reduzir o pH.

Uma adaptação inadequada do rúmen a alimentos altamente fermentáveis, por exemplo no início da lactação, pode desencadear acidose ruminal subaguda (SARA).

As dietas de transição devem conter fibra, fornecida pela forragem, e o grão deve ser progressivamente introduzido, três semanas antes e depois do parto, para que a adaptação aos alimentos altamente fermentáveis seja adequada.

Para garantir a eficácia de uma ração de Unifeed equilibrada convém adotar práticas de maneio que fomentem a estabilidade do rúmen e minimizem o risco de acidose.

Estas práticas incluem: o processamento e mistura adequados da ração no Unifeed para garantir que as partículas têm o tamanho adequado e fibra efetiva; horários regulares de alimentação, minimizando a escolha de alimentos na manjedoura e dando espaço suficiente para evitar a ansiedade dos animais ao comer, assegurar o seu conforto.

É importante promover um ecossistema microbiano saudável no rúmen com rações adequadas que contenham forragem. Podem ser administradas leveduras vivas. A suplementação com leveduras, antes do parto, e com redutores de pH, após o parto, demonstrou ser eficaz na redução do risco de acidose ruminal em vacas de transição.

A administração de leveduras aumenta a população da flora ruminal, o ritmo inicial de digestão da fibra e o fluxo de proteína microbiana no rúmen, contribuindo para o aumento da ingestão de alimentos e para a melhoria da eficiência alimentar.

Ao escolher o suplemento de leveduras deve-se ter em conta a estirpe, o número e a viabilidade das suas células, bem como que a sua atividade no rúmen tenha sido cientificamente comprovada.

O elevado custo da proteína vegetal e os problemas ambientais relacionados com a eliminação das quantidades excessivas de azoto, apontam para a necessidade de se definirem estratégias de alimentação e de suplementação proteica que melhorem a assimilação de proteínas nos ruminantes.

O produtor de leite deve seguir as recomendações do nutricionista sobre a conveniência de adicionar azoto não proteico de libertação lenta para cobrir com eficácia as necessidades da flora ruminal, em especial das bactérias que digerem a fibra, e como substituto das proteínas vegetais da ração.

Outro componente a ser incorporado é uma proteína microbiana dotada de um perfil de aminoácidos de qualidade, semelhante ao da flora ruminal, principalmente para satisfazer a necessidade de aminoácidos que têm as vacas com elevado desempenho.

As mudanças no maneio e na alimentação que afetam um grupo ou todo o rebanho podem ser monitorizadas e geridas através da análise das médias e padrões de ruminação com tecnologia de registo. A monitorização e gestão constantes da ruminação não só otimiza a curva individual de lactação, como também a curva de produção de todo o rebanho.

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*Artigo publicado originalmente no site www.progressivedairy.com

 

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