O papel da saúde intestinal na produção de galinhas poedeiras no solo

2022-04-19

A transição para a produção de galinhas poedeiras no solo é uma tendência crescente. A Comissão Europeia estima que 50% da produção de galinhas poedeiras já se faz no solo. Para os avicultores que estão a preparar a transição é oportuno refletir sobre os novos desafios que vão enfrentar neste novo sistema de produção.

Nos sistemas de produção no solo ou em piso térreo as poedeiras têm maior mobilidade, estão em contacto direto entre si e com resíduos, o que aumenta a probabilidade de desenvolverem problemas de saúde intestinal, incluindo os provocados pelo uso de antibióticos, e implica a necessidade de um cuidado redobrado com a alimentação, o controlo de doenças e a gestão da cama húmida.

Uso de antibióticos

A legislação europeia que proíbe a produção de poedeiras em jaulas e recomenda o uso de sistemas alternativos de alojamento conduzirá ao aumento do número de poedeiras criadas em piso térreo ou no solo, nos próximos anos. Demonstrou-se que existe uma maior exposição a potenciais organismos causadores de doenças nestes ambientes, contribuindo para níveis de mortalidade mais elevados do que nos sistemas de gaiolas. O aumento da mortalidade terá um impacto negativo na saúde e bem-estar das aves, na segurança alimentar e na sustentabilidade da produção de ovos, em resultado da redução da produtividade. Para manter a produtividade e reduzir a mortalidade, ao mudar para um sistema livre de gaiolas, os avicultores podem recorrer a antibióticos.

No entanto, o uso de antibióticos promotores de crescimento (APC) e a resistência antimicrobiana a eles associada é considerada um problema de saúde global, tanto para humanos como para animais. Portanto, com mais aves criadas em condições que favorecem a propagação de agentes patogénicos, é necessário maximizar o desempenho em sistemas isentos de gaiolas para evitar o uso de APC. Uma forma de ajudar a reduzir os APC é melhorar e estimular a saúde intestinal e a microbiota das aves através do programa "Seed, Feed, Weed" da Alltech. Este consiste em semear o intestino com microrganismos benéficos, em alimentar um ambiente favorável a estes microrganismos e eliminar os microrganismos patogénicos.

Desenvolvimento da microbiota

Para estimular o desenvolvimento intestinal e a microbiota das aves jovens estas devem ser expostas a microrganismos favoráveis o mais rapidamente possível. Isto pode ser feito através de um probiótico que ajuda a ave a desenvolver uma microbiota diversificada e equilibrada, promovendo a saúde intestinal e, desta forma, melhora digestibilidade e a absorção de nutrientes, a imunidade e o desempenho. Uma microbiota equilibrada não só melhora a altura das vilosidades e aumenta a área da superfície do intestino, como também pode melhorar a capacidade da ave se defender das bactérias patogénicas.

É vital que, uma vez estabelecida, esta população benéfica da microbiota seja mantida. O que pode ser um desafio em sistemas de produção sem gaiolas, uma vez que as aves têm maior probabilidade de contrair bactérias patogénicas que podem colonizar o intestino e aumentar o risco de enterite, levando à redução da produtividade, bem como a problemas de saúde e bem-estar. Para ajudar a ave a manter uma população equilibrada na microbiota, pode ser incorporado na alimentação um composto de ácido orgânico que ajuda a baixar o pH no trato gastrointestinal. Um pH baixo do trato gastrointestinal reduz o crescimento de organismos patogénicos como Clostridia e Campylobacter que são intolerantes a condições ácidas. Os ácidos orgânicos ajudam os microrganismos benéficos a chegar ao intestino delgado, promovendo o crescimento da microflora benéfica.

A saúde intestinal é uma questão muito complexa, com muitos parâmetros a considerar.

Suplementos alimentares

Com uma maior exposição a potenciais organismos causadores de doenças nos sistemas de produção de poedeiras em piso térreo ou no solo, pode ser útil adicionar um suplemento alimentar para eliminar e reduzir a colonização do intestino por bactérias patogénicas. Actigen® é um produto bioativo único de segunda geração derivado de Saccharomyces cerevisiae, selecionado pela Alltech e isolado para criar um produto mais eficaz para otimizar a saúde intestinal. Para que um agente patogénico cause doenças, deve primeiro aderir ao epitélio intestinal através de projeções de fibrinas de tipo 1. Uma vez aderido, o agente patogénico pode replicar-se, o que pode levar a inflamação, danos nas vilosidades e redução da absorção de nutrientes.

Ao ligar-se a fibrinas de tipo 1, Actigen® pode inibir a aderência das bactérias patogénicas, sendo preferível ao uso de antibióticos que não são específicos e destroem tanto os agentes patogénicos como os microrganismos benéficos. Demonstrou-se que Actigen® melhora a capacidade de absorção, ao aumentar a altura e a superfície das vilosidades e ao melhorar a relação vilosidades-criptas, o que permite uma melhor absorção dos nutrientes e, portanto, um melhor desempenho. Também ajuda a manter a diversidade microbiana e a promover uma boa saúde intestinal e a reforçar as defesas naturais do animal.

Consumo de rações

Transferir as aves para um sistema livre de gaiolas, como uma instalação de campo livre, permite que as galinhas exibam vários comportamentos naturais que são limitados nas gaiolas: correr, voar, tomar banho em pó, limpar o bico e esticar-se. Este movimento acrescido pode implicar que a galinha necessite de um aumento de energia metabólica, que pode ser ainda maior em caso de condições climáticas adversas. A ave terá de aumentar a ingestão de alimentos para satisfazer este aumento da necessidade de energia. Caso contrário, a energia será desviada da manutenção e da produção de ovos.

Isto significa que é vital que a ave tenha uma saúde intestinal ótima, maximizando a sua área de superfície intestinal para permitir uma absorção eficiente de nutrientes e uma melhor utilização dos alimentos.  Um sistema imunológico ativado requer energia e nutrientes, os quais também são necessários para a produção de ovos. Com o aumento da probabilidade de exposição a bactérias patogénicas, a ave deve ter uma saúde intestinal e uma microbiota ótimas, uma vez que estas desempenham um papel na modulação do sistema imunitário através da prevenção de infeções da mucosa.

Cama húmida

Em sistemas sem gaiolas, as galinhas têm maior contacto com os detritos do que quando estão alojadas em gaiolas. Isto significa que a cama húmida se torna numa grande preocupação. A cama húmida e o elevado teor de amoníaco podem provocar dermatite nas almofadas plantares que pode progredir para uma infeção dolorosa.

Em gaiolas melhoradas as dermatites são raras, ao passo que em piso térreo ou no solo podem aumentar de frequência. Muitos fatores podem contribuir para a cama húmida, incluindo distúrbios digestivos, desequilíbrio nutricional, doença, derrame de bebedouros, ventilação inadequada e clima húmido. Tanto os agentes não patogénicos como os agentes patogénicos podem causar diarreia e provocar excesso de humidade na cama. Por isso, é vital que a causa subjacente seja identificada e que sejam implementadas medidas corretivas o mais rapidamente possível para permitir que a ave recupere a saúde intestinal ótima.

As micotoxinas, a coccidiose e a disbacteriose podem reduzir a integridade intestinal e danificar o epitélio intestinal, levando à diminuição da absorção e da digestão dos nutrientes e ao aumento da permeabilidade da barreira intestinal que pode contribuir para a cama húmida. Quando as estruturas intestinais estão danificadas, os nutrientes não digeridos podem passar para o ceco, fornecendo uma fonte de nutrientes à população microbiana que aí reside. Muitas vezes, organismos potencialmente patogénicos são encontrados no ceco e esta fonte de nutrientes permite-lhes replicarem-se em grande número, o suficiente para causar desequilíbrios na microbiota que depois afetam o rendimento e o estado da cama.

Controlo de doenças

A coccidiose é uma condição entérica causada por protozoários da espécie Eimeria que infestam o revestimento intestinal e causam danos que permitem a proliferação de outras bactérias patogénicas. Os sintomas da coccidiose são diarreia sanguinolenta, desidratação, letargia, elevada mortalidade, fraco crescimento/ganho de peso, e redução da produção de ovos. A coccidiose pode ser controlada através de ionóforos e compostos químicos adicionados aos alimentos que inibem o desenvolvimento de ovócitos. No entanto, a resistência e a tolerância podem desenvolver-se com estes anticoccideos, pelo que devem ser utilizados espaçadamente para serem eficazes. Outra forma de controlar a coccidiose é através de um programa de vacinação contra os coccideos que desenvolve imunidade contra a doença.

O maior acesso à cama húmida aumenta a exposição das aves criadas em pisto térreo aos coccideos. No entanto, as galinhas são geralmente vacinadas contra a coccidiose, especialmente em sistemas isentos de gaiolas, o que pode aliviar o problema.

Parasitas

Os parasitas intestinais podem ser um problema quando as aves têm contacto com a relva, o solo e as fezes. Portanto, a exposição a parasitas intestinais é provável num celeiro ou num sistema de campo livre. Os parasitas danificam o intestino da ave, resultando num desempenho reduzido.

Os parasitas podem transportar outros parasitas, como Histomona, que causa cravos. A histomoniase é uma doença das aves de capoeira causada por um protozoário que pode espalhar-se para a ave através do nematóide parasita Heterakis gallinarum. As aves saudáveis ficam infetadas quando comem alimentos, invertebrados (como minhocas) ou ingerem excrementos de aves contaminados com protozoários. A transmissão direta de ave para ave também pode ocorrer dentro do bando. As aves com Histomoniase são geralmente apáticas e têm asas caídas, penas desleixadas, excrementos amarelos e redução da produção de ovos. É essencial que as aves infetadas com Histomona sejam desparasitadas para matar os parasitas. É vital que as aves sejam monitorizadas para detetar parasitas e que sejam desparasitadas eficazmente antes de serem transferidas para instalações de postura, para reduzir a infestação que sofrida enquanto estão no solo.

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