Medidas simples para reduzir o stress por calor em bovinos de leite

2021-05-29

O stress por calor é uma das principais causas de diminuição da produção e do teor de gordura no leite em bovinos no período do Verão.

Jud Heinrichs, professor da Universidade da Pensilvânia especializado em bovinos de leite, apresentou conselhos práticos para combater este problema, durante uma palesta organizada pela Alltech no Centro de Investigacións Agrarias de Mabegondo (CIAM), na Galiza.

Como ponto de partida lembrou que “o stress por calor é uma combinação de temperatura e humidade elevadas, que se manifesta normalmente a partir dos 30 Cº e 70% de humidade, e que afeta as vacas especialmente durante a espera na sala de ordenha”.

No entanto, em regiões como a Galiza, com humidade elevada, de até 80% ou mais, a produção de leite pode ser afetada inclusive a partir dos 25 Cº de temperatura.

Os efeitos do stress por calor manifestam-se, tal como explicou Jud Heinrichs, por “uma menor ingestão de alimentos, perda de bicarbonato devido a menor salivação das vacas, redução da atividade ruminal e também do pH do rúmen, o que leva a uma descida da produção de leite e dos sólidos lácteos”.

Além disso, no caso das vacarias que têm robot de ordenha o problema do stress por calor pode agravar-se, segundo o professor da Universidade da Pensilvânia, porque “reduz-se a ingestão de alimentos na manjedoura, mas não no robot de ordenha, o que leva a um desequilíbrio do pH ruminal por excesso de concentrado”.

“Nestes casos  a relação percentual entre matéria seca de forragem e de concentrado pode passar de 50/50 para 40/60 devido ao stress por calor, o que leva a um pH acidótico”, explicou o especialista.

Medidas corretoras de stress por calor

Neste sentido, Jud Heinrichs aconselhou as seguintes medidas de fácil aplicação para combater o stress por calor:

  • Garantir a disponibilidade de água fresca, especialmente após a ordenha.
  • Estar a atento a que as vacas não escolhem apenas uma parte da ração e garantir que esta se mantém o mais fresca possível na manjedoura, evitando a sua exposição ao sol.
  • Concentrar mais a ração ao nível de nutrientes. “Uma alternativa é adicionar gordura-ácido palmítico, mas de forma equilibrada para não comprometer a digestibilidade da fibra”, sublinhou. Na fermentação ruminal também é produzido calor, pelo que em situações de stress por calor ambiental podemos substituir os hidratos de carbono por gordura vegetal, o que permite manter o nível de energia dos animais, mas reduz a fermentação ruminal, e com isso o calor emitido pelo organismo do animal.
  • Também podem ser usados melaços em substituição das gorduras para aumentar a ingestão, mas é preciso analisar o nível de açúcares na forragem para manter uma dieta equilibrada.
  • Incluir bicarbonato na dieta para compensar a perda por excesso de salivação. A dose recomendada é de 200 gramas/vaca/dia.
  • Uso de levaduras vivas para melhorar a atividade digestiva do animal.
  • Devido também à perda de saliva, aconselha-se aumentar o fornecimento de potássio e sódio na ração até 1,8 e 0,4, respetivamente.
  • Garantir os níveis de selénio, sobretudo na forma orgânica.
  • Melhorar a ventilação, com uso de ventoinhas.
  • Usar aspersores de água, mas assegurar que a água não cai sobre a comida, pois provocará o aparecimento de fungos e leveduras na mesma.
  • Reservar as forragens de melhor qualidade para o Verão. Desta forma a vaca reduz menos a ingestão e digere mais facilmente a ração.

“Garantir a disponibilidade de água fresca e forragens de boa qualidade é a melhor estratégia para combater o stress por calor em bovinos de leite”, concluiu Jud Heinrichs.

Artigo publicado originalmente no site Campo Galego.

 

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