Boas práticas para manter o solo saudável

Infelizmente, é muito mais fácil comprometer a saúde dos nossos solos do que restaurá-la. São necessários muitos anos de boas práticas agrícolas para desenvolver e manter solos saudáveis, mas bastam apenas algumas campanhas de má gestão do solo para deitar por terra os benefícios alcançados.

Eis algumas boas práticas que podem ser adotadas para manter o solo saudável:

1. Análises de solo - quantificam o estado atual do seu solo, e são um ponto de partida para medir as melhorias alcançadas, ajudando a evitar tratamentos desnecessários. Para obter um diagnóstico mais fiável da saúde do solo deve optar por realizar também análises microbiológicas.
2. Aumentar a matéria orgânica - A matéria orgânica suporta a fertilidade do solo, melhora a capacidade de retenção de nutrientes e água e fornece uma fonte de alimento para os microrganismos benéficos. Além das outras práticas aqui enumeradas, a incorporação de aminoácidos no seu programa de fertilização também pode aumentar o carbono e o azoto do solo.
3. Mobilização mínima do solo – a mobilização profunda do solo implica mais trabalho para o agricultor e interrompe os ciclos naturais do solo, levando ao aumento da erosão, das infestantes, da compactação do solo e da perda de matéria orgânica. Por isso, a sementeira direta e a mobilização na zona são práticas cada vez mais populares entre os agricultores.
4. Manter o solo coberto- manter raízes vivas no solo, através das culturas de cobertura, beneficia o microbioma. As culturas de cobertura também previnem a erosão, diminuem a pressão de infestantes, aumentam a matéria orgânica do solo e o ciclo de nutrientes e reduzem a compactação. Algumas culturas de cobertura podem ser incorporadas no solo no final do seu ciclo, contribuindo para aumentar o teor de matéria orgânica.
5. Rotação e consociação de culturas – a biodiversidade à superfície do solo contribui para a biodiversidade no subsolo. A rotação com culturas leguminosas e a consociação de culturas são práticas cada vez mais comuns que restauram a fertilidade do solo, reduzem a pressão de doenças de solo e diminuem a necessidade de aplicação de azoto sintético.
6. Utilização de inoculantes, ativadores e enzimas- este tipo de produtos contribui para a saúde da população microbiana do solo, diretamente, através da aplicação de microrganismos benéficos, e indiretamente, através da aplicação de enzimas e outros compostos que favorecem a melhoria do microbioma. A evolução da atividade microbiana do solo pode ser medida pelos níveis de enzimas presentes no solo.

Os fertilizantes convencionais são altamente fiáveis e eficientes, mas podem esgotar ou até matar os microrganismos benéficos do solo. Quando isto ocorre cria-se uma necessidade cada vez maior de aplicação de fertilizantes para dar às plantas os nutrientes que não estão disponíveis no solo. Comparativamente, os biofertilizantes podem alimentar tanto a planta como o solo e, no longo prazo, reduzem a necessidade de aplicação de fertilizantes.