Agricultura regenerativa, uma nova alternativa para manter o solo saudável

2022-11-27

Na agricultura dita convencional é prática comum a mobilização profunda do solo. Com este método os solos perdem nutrientes e ficam altamente expostos à erosão da sua camada fértil. Até agora, a solução adotada tem sido a fertilização com adubos orgânicos ou químicos. Mas estes acarretam o risco de comprometer a fertilidade do solo. Uma nova alternativa é a agricultura regenerativa, que procura revitalizar o solo, aumentando a sua biodiversidade, para manter no terreno os nutrientes essenciais ao desenvolvimento das culturas e evitar a degradação da estrutura do solo.

A regeneração do solo

A agricultura regenerativa procura restaurar e conservar a camada fértil do solo, deteriorada pelo excesso de cultivo e pela utilização de técnicas agressivas de mobilização do solo. Para tal, procura-se o aumento da biodiversidade no solo através de uma utilização adequada do ciclo da água, evitando usos desnecessários. Por sua vez, isto permite aumentar os serviços dos ecossistemas (fornecimento, regulação, apoio e serviços culturais). A utilização de fertilizantes orgânicos derivados de compostagem também é aconselhada.

As práticas agrícolas regenerativas do solo são:

  • Não mobilização do solo, pois esta quebra a camada fértil do solo.
  • Não eliminar o coberto vegetal que suporta o solo, evitando assim a sua erosão.
  • Promover o aumento e a diversidade de plantas de outras espécies em torno das culturas.

Outra das práticas recomendadas é a combinação entre agricultura e pastoreio, o gado pode fertilizar a área agrícola e beneficiar das pastagens.

Por outro lado, é necessário evitar a utilização intensiva de grandes máquinas agrícolas.  Paralelamente, a utilização de fertilizantes químicos e pesticidas sintéticos, que deterioram e poluem o solo, devem ser mínima ou nula.

Isto pode ser entendido como um "regresso ao passado", no entanto, diversos estudos têm demonstrado que o aumento da biodiversidade nos campos agrícolas permite um enriquecimento do solo.  Acrescente-se ainda que a agricultura regenerativa implica poupança em fertilizantes artificiais e em sistemas de rega ineficientes, e permite uma excelente simbiose entre agricultura e pecuária e a possibilidade de abrir vários mercados com diferentes produtos.

Porquê regenerar?

A regeneração do solo é uma tarefa primordial.

Atualmente, mais de três quartos dos solos do planeta Terra estão degradados, e se nada for feito esse número pode atingir os 90% até 2050.

A desflorestação eliminou cerca de 43 milhões de hectares de floresta, só em 2021, e estima-se que 30% da superfície do planeta seja "solo morto".

As causas de tudo isto residem na sobre exploração dos recursos, tanto do solo como do  subsolo, no consumo excessivo  de madeira para diversas finalidades, na desflorestação para aumentar a área de certas culturas, na degradação  do ar  e nas alterações climáticas.

Perante este cenário, é essencial utilizar métodos de regeneração do solo para aumentar a  área fértil.  A ação humana sobre os solos deve ser revertida para que a área apta à agropastorícia não continue em declínio e para pôr fim à deterioração generalizada da superfície agrícola cultivável e fértil.  A destruição das florestas significa uma maior exposição do solo à luz solar e à perda de calor durante a noite.  O choque de temperatura pode ser mortal para muitas espécies, incluindo os seres humanos.

Por outro lado, a incursão nas florestas tropicais fez com que surgissem fenómenos como a COVID-19, ou seja, mutações  de vírus que, à partida, seriam inofensivos para as pessoas.  

Regeneração do solo

A regeneração consiste em devolver, na medida do possível, a capacidade produtiva a um terreno que tenha sido sobre explorado, desflorestado ou alvo de erosão, tendo por isso perdido a sua capacidade agrícola ou pecuária.

O solo pode ser regenerado através da incorporação de matéria orgânica, obtida a partir de resíduos sólidos urbanos orgânicos. Antes de serem aplicados, estes resíduos devem passar por um processo de compostagem para remover contaminantes.

O objetivo é manter o rendimento do solo a longo prazo, através de reações químicas que permitam o desenvolvimento de culturas agrícolas e a retenção de água no subsolo.

A aplicação de microrrizas, ou seja, a  associação simbiótica entre fungos benéficos e as raízes das plantas que se alimentam mutuamente, permite o aparecimento de  atividade biológica  onde antes não existia ou era muito escassa.

O programa  Planet of Plenty  da Alltech faz o diagnóstico da produção das  explorações agrícolas, mede a sua  pegada de carbono e dá recomendações para reduzir o uso de fertilizantes e produtos que não têm valor para a produção. Isto permite uma poupança de custos em fatores de produção.

Fazer medições e reduzir custos permite um aumento da produtividade agrícola e pecuária.  O consumo de energia também é reduzido através da maior eficiência energética.

Por sua vez, tudo isto permitirá o acesso aos apoios dos eco-esquemas da PAC graças à manutenção da sua exploração agrícola em boas condições agrícolas e ambientais. O processo é simples e os seus custos são acessíveis às PME.

Por outro lado, contribui para o combate às alterações climáticas e para a redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE).

Finalmente, são abertos espaços para novos mercados e oportunidades de negócio.

Embora tenham sido aqui indicadas algumas soluções para regenerar os solos agrícolas,  não podemos  esquecer que cuidar dos solos é o primeiro passo para evitar a sua degradação.  Permitir a biodiversidade em torno das culturas; utilizar técnicas que não são agressivas para o solo e evitar, tanto quanto possível, a eliminação de florestas e de terrenos selvagens, são medidas que resultarão num benefício a médio e longo prazo para agricultores e produtores pecuários.

A qualidade dos produtos não diminuirá, o público que os consome irá notar melhorias, o que acabará por beneficiar os produtores.

Contacte a equipa técnica da Alltech para mais informações.

 

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